Compositor: Georges Brassens
Eis aqui o que aconteceu outrora, grosso modo
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Nos anos quarenta
Quando eu desembarcava do meu Languedoc
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Uma bela gretchen estava passando no cruzamento do castelo
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Calipígia que pretendia
Dar uma de Vênus entre os hotentotes
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Em sinal de falta de respeito, logo balanço
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Como um gesto de revanche
Uma pata-colcheia na parte baixa de suas costas
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
A ratinha cinza fica brava e subito presto
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
A imbecil, a malvada
Vai pedir minha cabeça a seus amiguinhos
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Dois tiras, de mantôs pretos, vieram
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Pintaram no meu antro
E, seguramente, não para me darem presentes
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Eu estava, então, suando sangue e água
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
De tanto gastar minhas falanges
Num acorde legal do pai Django
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Por um feliz acaso, esses filhos da puta
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Num golpe incrível da sorte
Gostavam de violão e de trêmulos
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Eles foram embora sem terminar o trabalho
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Cantarolando uma mistura
De Lili Marlene e Heili Heilo
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Uma suposição: se eles, como Malraux
Entre la rue Didot e a rua de Vanves
Se, como esse estúpido
Eles considerassem a música menos que zero
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
Eles me teriam colado à parede com ou sem venda
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Ler-se-ia, que aflição!
Meu nome desconhecido num ex-voto
Entre a rua de Vanves e a rua Didot
No teatro, esta noite, aqui, sobre estes cavaletes
Entre a rua Didot e a rua de Vanves
Urrando uma outra cançãozinha vagabunda
Haveria, no meu lugar, um outro mau cantor
Entre a rua de Vanves e a rua Didot