L'andropause (tradução)

Original


Jean Bertola

Compositor: Georges Brassens

Pelos quatro cantos da França, emanando, suponho
De maridos rancorosos, levados pelo ódio
Corre o boato de que cheguei à hora da andropausa
Que não se pode mais contar comigo no jogo amoroso

Oh, não insulteis jamais uma vara que cai
Não é o lema deles, gritam em todos os tons
Que um dos meus dois já está no túmulo
E que o outro, por sua vez, está numa situação cada vez mais grave

Todas essas cabeças ornadas bestamente imaginam
Que um membro de minha família está impotente para sempre
Que o famoso suíno, o porco de Epicuro
Que cochilava dentro de mim não despertará mais

Acreditam-me proibido de temporada em Citera
E, pelas noites sem lua, com júbilo
Gravam no meu muro, com estilo lapidar
“Aqui mora um bode velho que não tem mais ereções. ”

Todos esses gritos de vitória são prematuros
Oh, vós, que me enfiais o chifre pelas costas
Sabei que vendestes os culhões, com o perdão da palavra
Do urso um pouco cedo demais

Nem por isso preciso de mandrágora
E vossas mulheres, senhores, que andei recebendo por estes dias
Que, ontem mesmo, eu ainda contentava
Se eu não tivesse mais ereções, teriam percebido

No Hospital São Luís, outro dia, palavra de honra
O residente disse-me: “Não há engano!
Numa só palavra, como em cem, senhor, é sífilis. ”
Se já não tenho ereções, como foi que a contraí?

Meu vizinho mais próximo só ama a sua legَítima
A qual, esposa-modelo, só tem a mim como amante
Ora, ambos foram vítimas da sífilis
Se já não tenho ereções, expliquem-me como

Meus colegas, meu contrabaixista, e todos da minha trupe
Logo também a pegaram, ninguém foi preservado
Pois bem, eu fui o primeiro a tê-la no grupo
Se já não tenho ereções, como isso foi acontecer?

Minotauros malvados, achais, então, que ao zurrardes
Que meu trem de prazer está chegando ao terminal
Vós chutais o meu balde?
Pelo contrário, pelo contrário
Nunca sacrifiquei tanto a Vênus

Fazendo questão de saber se os rumores que se espalham
Essas fofocas alarmantes são ou não são fundadas
Essas senhoras, dia e noite, fazem fila à minha porta
Levadas pelo demônio da curiosidade

E nunca, não, jamais, seja dito sem arrogância
Meu comércio carnal foi tão florescente
E vós, coitados de vós, por via de consequência
Vós nunca fostes tão chifrudos quanto agora

Claro, soará essa hora fatídica
Em que, perdendo todas as minhas faculdades genéticas, ficarei sem excitação
Em que o sétimo céu, meu mais caro passeio
Minha mais doce galgada e mais terna escalada Será alto demais para mim

Não haverá choro nas mansões no campo
Nem ranger de nádegas nas choupanas
Não devo iludir-me
Há pouca chance que se vejam minhas belas odaliscas
Depositar, num luto fechado, ao pé do obelisco, algumas coroas de flores

No máximo, gentilmente, elas dirão: Que pena! O velho Príapo morreu!
E, com a coxa leve, e o olhar lânguido
Elas vão enrolar-vos em farinha de açafrão
Temperar seu furor uterino com qualquer um

E vós lamentareis as maneiras civis
De vosso antigo rival que, na sua frasqueira
Levava o violão
E, arranhando as cordas, fazia esvoaçarem
Notas de música em volta de vossos cornos
Mas, será tarde demais!

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