Compositor: Georges Brassens
Na escola em que aprendemos o ABC
A professora tinha métodos avançados
Como foi doce o tempo, muito efêmero, que lástima!
Em que aquela boa fada reinou em nossa classe
Reinou em nossa classe
Antes dela, éramos todos preguiçosos
Desatentos, ausentes, cretinos imundos
Ao trabalharem exclusivamente para nós
Os fabricantes de chapéus de burro ficavam com a língua de fora
Ficavam com a língua de fora
A professora tinha métodos avançados
Ao primeiro da classe prometeu um beijo
Um beijo pra valer, um beijo libertino
Um beijo na boca, em suma, um beijo de língua
Um beijo de língua
Nas carteiras, então, alguma coisa mudou
A cabulagem de aula nunca mais viu um gato pingado
E os pobres fabricantes de chapéus de burro, crac!
Conheceram, de repente, a falência, o crash
A falência, o crash
Quando o diretor, no fim do ano
Nos leu os resultados, ficou bem espantado
A professora corou como uma papoula
Pois éramos todos primeiros colocados, empatados
Primeiros colocados, empatados
No recreio, a boa fada achou-se
Na obrigação de cumprir o que tinha prometido
E, como ela beijou quarenta primeiros colocados
Até uma hora indevida a sessão durou
A sessão durou
Esse sistema, é claro, nunca foi admitido
Pelo imbecil então secretário de educação
Da escola, apesar dos seus belos resultados
Expulsaram para sempre nossa cara professora
Nossa cara professora
O mau aluno fez, então, sua reaparição
O craque em versão tornou-se, de novo, exceção
No final do ano seguinte, que fiasco!
Nós éramos todos últimos da classe, empatados
Da classe, empatados!
Na escola em que aprendemos o ABC
A professora tinha métodos avançados
Como foi doce o tempo, muito efêmero, que lástima!
Em que aquela boa fada reinou em nossa classe
Reinou em nossa classe