Compositor: Georges Brassens
Não éramos Barba Azul
Nem cabeças raspadas, nem sarnentos
Portadores de parasitas
Não éramos espadachins
Vínhamos do país vizinho
Vínhamos em visita
Não tínhamos nenhuma intenção
De razia, de depredação
Nenhum objetivo ilícito
Não vínhamos pilhar suas terras
Não vínhamos devorar seus ovos
Vínhamos em visita
Não dávamos gritos de índios
Avançávamos com compostura
E com passo hesitante
Não apontávamos revólveres
Chegávamos de braços abertos
Vínhamos em visita
Mas, eles voltaram para seus buracos
Mas, empurraram os ferrolhos
Num acordo tácito
Fecharam as persianas
Esconderam mulheres, crianças
Recusaram a visita
Não vínhamos pregar-lhes sermões
Tentar doutriná-los
Roubar seu local
Vínhamos dizer-lhes, de passagem
Um bom-diazinho inocente
Vínhamos em visita
Vínhamos para nos apresentar
Vínhamos para conviver com eles
Para que nos plebiscitassem
Com a esperança de sermos aceitos
E naturalizados amigos
Vínhamos em visita
Por infelicidade, eles não aceitaram
Nossa amizade supérflua
Que não precisa de nada
E voltamos a fechar as mãos
E voltamos para trás
Suspendemos a visita
Suspendemos a visita